Pacientes com câncer que fazem tratamentos alternativos morrem mais
As pessoas que usam homeopatia, remédios feitos de ervas e outras terapias alternativas como parte do tratamento contra o câncer têm, em média, duas vezes mais chances de morrer da doença do que aqueles que usam somente o tratamento convencional, mostrou um novo estudo.
Isso ocorre pois os pacientes que usam terapias alternativas são mais propensos a recusar os tratamentos tradicionais, segundo relatório de pesquisadores da Universidade Yale, nos Estados Unidos. A pesquisa foi publicada no periódico Journal of the American Medical Association Oncology.
Alguns estudos indicam que massagem e acupuntura, por exemplo, podem podem melhorar a qualidade de vida e o bem-estar de pessoas diagnosticadas com câncer. Entre 48% a 88% dos pacientes acabam usando algum tipo de terapia complementar no tratamento da doença.
Para os especialistas de Yale, contudo, o problema é que muita gente acredita que apenas os tratamentos alternativos vão ajudá-los. "Infelizmente, há uma grande confusão sobre o papel das terapias complementares", disse Skyler Johnson, líder da pesquisa. "Embora eles possam ser usados para apoiar pacientes com câncer, eles estão sendo comercializados ou entendidos como eficazes como tratamento para a doença."

Os efeitos colaterais dos métodos convencionais e a desconfiança das pessoas com as empresas farmacêuticas podem fazer com que os benefícios das terapias alternativas pareçam uma opção viável para alguns pacientes.
É o caso de Stephanie Dunleavy, escritora britânica de 29 anos que foi diagnosticada com câncer de mama. Embora tenha feito uma cirurgia para remover o tumor, ela rejeitou a quimioterapia e radioterapia "por causa da toxicidade envolvida nesses tratamentos”. Ela buscou tratamento em dietas, exercícios, meditação e remédios de ervas, como óleo de maconha.
"Nada vai me fazer mudar de ideia. Não acredito em danificar o corpo como esforço para curá-lo”, ela falou ao jornal britânico The Independent. “Sabendo que a indústria farmacêutica controla os tratamentos com fins lucrativos, estou confiante no caminho que tomei para tratar meu câncer.”